08 janeiro, 2009

Acordo Ortográfico

Como prometido, falarei sobre a mudança ortográfica na língua portuguesa. Já vou avisar que o post de hoje está enorme. Então tenha fé e prossiga até o final. Here we are...


Há exatamente uma semana eu estava há mais de 700 km daqui, mas isso não me impediu de ler a matéria que ocupou cerca de três páginas da Folha (leia mais sobre) sobre a mudança ortográfica que entrava em vigor naquele dia. A minha experiência de leitura foi um pouco trágica, já que logo que cheguei à cozinha, onde meus tios e pais tomavam o café-da-manhã, o jornal foi-me impelido em meio a risadas e piadas acerca do assunto. É claro, todos estavam na expectativa do que a senhora-português diria.

Mal tive tempo para ler duas linhas da matéria, e eles já apontavam as minhas novas gafes com a língua. Dizendo que isto ou aquilo já não era permitido segundo a nova lei. Eu, é claro, fiquei embasbacada com tudo aquilo. Como assim mudarem de uma vez tudo o que eu levei mais de 10 anos em escolas para aprender? Ok, ok. Não dei muita atenção a isso quando as discussões se intensificaram no ano passado - ainda me é estranho referir-me a 2008 como ano passado, parece tão distante, anyway... -, e por isso, ver aquele texto sobre a vigência da mudança publicado num dos jornais de maior circulação em todo o território nacional foi um choque pra mim.

Após cessarem as brincadeiras sobre como eu falava e como eu deveria passar a falar/escrever e até pensar (claro, isso vai bem além da escrita), eu pude ler a matéria com mais calma. Meus olhos treinados logo já apontaram dezenas de 'erros' no corpo da reportagem. Até que, chegando ao fim do texto, deparei-me com a última frase que explicava tudo: "A Folha passa a utilizar a nova grafia a partir desta edição" (mais ou menos isso, não tenho o exemplar em mãos agora).
Passado o susto comecei a refletir sobre a mudança.

O Acordo foi firmado pelos países das ditas línguas lusas em 1990, e desde então a sua aprovação e conseqüente implantação vinham sendo discutidas. O Brasil é o primeiro país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP - Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste) a adotar oficialmente a nova grafia. De acordo com a ABL (Academia Brasileira de Letras) no Brasil a mudança vai ser a menor, comparada aos outros países. Cerca de 0,5% do vocabulário sofrerá alteração, enquanto em Portugal o percentual aumenta para 1,6%.

Mas não é disso que estamos falando. Essa mudança, por menor que seja, mudará muitas coisas. E os quase, senão totalmente, 20 anos que passamos entre escola e universidade aprendendo a escrever de determinada maneira? A desculpa é que a mudança será gradual, ou seja, até 2012 ainda será aceita a grafia antiga, como a que adoto ainda hoje.

O que me gerou maior indignação quanto ao assunto, foi que o Governo sequer perguntou à população se aceitava ou não a alteração. No caso do plebiscito das armas em 2005 a população teve que ir às urnas para votar se era ou não a favor da proibição do comércio de armas de fogo no país. Já nesse caso, que claramente tem maior importância, já que se deve a alteração de uma língua e que afeta todas as pessoas falantes dela sem distinção, não houve a preocupação de perguntar se os usuários do idioma eram de acordo ou não.

A língua é um dos maiores referenciais de um povo, e alterá-la sem a aprovação do mesmo, é sem dúvida um erro. Honestamente, eu com certeza serei uma das teimosas que insistirão na grafia antiga. Afinal, mesmo que facilite muito, ainda é ilógico para mim. Pode ser que daqui a três anos, o tempo de adequação ao (novo)idioma, eu esteja escrevendo da maneira agora correta. Mas será um grande passo. Para mim, em direção ao abismo, definitivamente. As palavras não fazem mais o mesmo sentido. Eu sei, eu sei: trágica.

Contudo, pense comigo, segundo a nova ortografia: HERÓI com acento e HEROICO sem acento, sendo que antes eram regidos pela mesma regra. Ok, já podem começar a ficar assustados, se vocês tiverem alguma IDEIA (isso mesmo, idéia não tem acento mais) de onde tudo isso vai parar. Enjoy the new language. :*

Marley & Me (Trailer)


A Dana já postou sobre isso no blog dela, mas eu tinha que falar a respeito, né.

Bom, primeiro: um dos melhores filmes que eu já assisti. Entrará para a minha lista de recomendações definitivamente.
Segundo: o filme - que nós assistimos na segunda-feira após uma pseudo-fuga da Rádio Universitária - conta a história de um casal que, para treinar a maternidade, adota um lindo cãozinho. Marley é realmente uma gracinha, até que ele começa a causar enormes confusões e tornar a vida do casal, interpretado por nada mais do que Owen Wilson e Jennifer Aniston, impossível.

A história é cativante do início a fim. Devo dizer que é também muito, MUITO emocionante.

Ok, hora da confissão...
A maior parte das pessoas que convivem comigo sabem que eu definitivamente não choro em filmes, e como já falei isso. Mas, por incrível que pareça, e pra mim inclusive, esse filme soube ser emocionante ao ponto de arrancar muitas lágrimas dos meus olhos.
Ok, chega de confissões por hoje.

Vale a pena assistir, sério. Pra quem gosta de cães - não daqueles filmes bobos de cãezinhos que salvam garotinhas, ou que jogam basquete - é uma ótima escolha.
O filme é com certeza ótimo, e agora eu terei que ler o livro, obviamente.

O best-seller foi escrito pelo jornalista John Grogan, e narra 13 anos de sua experiência de vida ao lado de Marley, um labrador. O livro figurou nas listas dos mais vendidos em 2007 e 2008. E agora chega às telonas com o que foi chamado de uma bela adaptação. Não duvido, o filme é realmente bem-feito, diferentemente de Crepúsculo pra mim (sorry, não consigo fugir às comparações).

Prometo que quando ler o livro comento aqui, mesmo que seja um simples 'p.s' (que no meu caso, não é tão simples assim) :D

No mais, mais um dia adorável com uma ótima companhia, sem dúvidas.

p.s: Ah, mais um coisinha que lembrei. Li uma crítica no blog de cinema do Correio Brasiliense sobre o filme. O jornalista falou que "Não são poucas as situações que poderiam ter sido abreviadas para enxugar as excessivas 1h50 de duração". Mas, honestamente, o filme não parece durar tanto. Para mim, ele ficou perfeito. (excessivas... oras)

1 comentários:

Lorena Dana disse...

Até que enfim você postou XD
Sobre o português, não tô nem aí pra mudança. Acho legal as coisas mudarem MESMO. Isso já aconteceu uma vez e não vejo problema. A única coisa que me incomoda é me readequar. Mas acho que vou sobreviver XD

E Marley e Eu é incrível hauahauah
Lágrimas muito bem derramadas! Quero ler muuuito o livro! Cheguei em casa e abracei a Wendy XDD

=***
beeeijo

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