26 outubro, 2008 2 comentários

Aquelas cartas [Final alternativo]

[...]

Um tempo se passou, dois... três meses. As cartas nunca deixaram de chegar. Às vezes demoravam um pouco mais. Mas sempre estavam lá. De alguma forma que Ela particularmente não entendia.
O que Ela não percebeu, mas Ele viu muito claramente, é que durante esse tempo Ela foi realmente voltando ao que era. Deixando aquelas más companhias de lado, e voltando a se relacionar mais com os velhos amigos, que Ela havia deixado de lado.

Foi tão natural. Tanto que Ela sequer notou. Foram umas 20 cartas ao longo desse período. Algumas só como lembrete de que Ele ainda estava ali por perto...

[diferente a partir daqui]

Um dia porém, uma carta a surpreendeu um pouco. Seria a última que Ela receberia, entretanto muito significativa para o fim desta história.

Sim! Ele se revelava na carta. Mas pedia segredo, obviamente. A possibilidade de Ele ser quem era, nunca tinha passado por sua cabeça.

Como Ele conseguiu enganá-la por TANTO tempo?
... Era algo que Ela não conseguia conceber.

O que mais a intrigava é que não era alguém assim tão próximo, a ponto de saber de seus sentimentos. Ele foi alguém com quem Ela chegou a conversar bastante, mas depois estava distante de sua realidade. Mas Ela não havia notado isso até então. Só Ele é que percebeu.

A princípio sua reação foi de completo ódio. Afinal quem Ele pensava que era pra fazer algo assim?!

" - FOLGADO! FOLGADO!", Ela esbravejou a ponto de sua mãe aparecer à porta do quarto.

Mas Ela falou que não era nada, e que estava só tentando ver os diferentes tons de sua voz. *quê?* Oo
A mãe fingiu que acreditou e voltou para a televisão.

[...]

Ela pensou muito a respeito. E então lembrou-se que aquelas cartas foram muito importantes. Agora só porque Ele havia se revelado, o que era algo que Ela desejava desde o início, Ela não poderia ficar furiosa ou querer descontar nEle. Ele já havia dado um imenso passo.

[...]

No outro dia, lá foi Ela falar com Ele.

Ele ficou na defensiva. Tinha a esperança de que Ela não brigasse com Ele, mas já esperava vê-la surgindo com uma turma pronta para ovacioná-lo com palavras maldosas e comentários cruéis.

Mas não. Ela o surpreendeu de uma forma muito doce.

Os fatos são os seguintes:
1. Eles conversaram e resolveram suas diferenças.
2. Eles começaram a conversar demais.
3. Eles meio que se apaixonaram.

Aquela atitude que Ele teve de mandar cartas a Ela foi o que propiciou toda uma mudança nos dois. Porque, ao passo que Ela voltava ao que era, Ele amadurecia, aprendendo a lidar com Ela. Eles formaram um casal bem afinado, e que se conhecia, acima de tudo. Hoje, a sinceridade é o símbolo do relacionamento entre os dois. E desde então eles vêm construindo um romance bonito de se ver.

Ele começou só querendo alertá-la, mas a cada carta que Ele escrevia, tendo que observá-la, mesmo que de longe, Ele apaixonava-se por Ela. E o mesmo aconteceu com Ela, já que quando ela entendeu o porquê das cartas, passou a tê-las como um amuleto, ou melhor, um amigo em forma de papel.

Não convém escrever o final. Porque casais podem ou não ser felizes para sempre. Mas Ele e Ela até agora foram. Daí para a frente é com os dois.

Apesar de preferir o final original, escrevi esse dedicado àqueles românticos, com mesmo carinho e cuidado.
25 outubro, 2008 2 comentários

Aquelas cartas [Parte 3 - Final]

[continuando...]

O pessoal estava levando tudo aquilo na brincadeira, claro. Onde já se viu alguém mandar cartinhas falando que é para o destinatário mudar seu modo de se vestir?!
Mas Ela... Ah! Ela estava intrigada. Ela não entendia o porquê de tudo aquilo e, pior ainda, ela não fazia idéia de quem poderia ser.

No começo Ela achou que poderia ser brincadeira da galera. Mas... as cartas eram tão reais... tão cheias de sentimento e sinceridade.
Quando Ela lia aquelas cartas, ela percebia que ele, o remetente, não estava brincando ou fazendo jogos com Ela. Não! Tudo era muito verdadeiro.

Assombrada por todos esses pensamentos foi como ela dormira na noite anterior. E agora estava ali, sentada àquela rodinha com pessoas que Ela achava conhecer tão bem e, principalmente, que Ela achava a conheciam também.

[...]

Pelo visto não era bem assim que as coisas funcionavam. Ninguém ali percebeu ou importou-se de verdade com o que estava acontecendo a Ela. Todo aquele fluxo de pensamentos e sentimentos que a corroíam. E se Ele estivesse certo? Ela não conseguia compreender.

[...]

A conversa desenvolveu-se mais ou menos da seguinte maneira:

" - Hei, Ela.! Conta aí pra gente de novo como foi.
- Éh! Que que tava escrito nessas paradas.
(Risadas)
- Aposto que foi yyy.
- Nãão! Foi kkk.
(Risadas)
- Não! Melhor, melhor...
(Cara de curiosidade em todos)
- GGG! AUHAUAUAHA.!
(Risadas ecoavam)"

E assim foram as conversas. Até que Ela decidiu que não iria mais comentar nada a esse respeito com ninguém. Talvez ignorar toda essa historia desde o início tivesse sido a melhor opção. Mas... "antes tarde do que nunca" não é mesmo?! Se era pra acabar com isso, Ela cortaria o mal pela raiz. Os comentários cessariam ali mesmo.

Ela apenas se levantou e foi embora. Com sorte ainda pegaria o almoço na panela.

Chegando em casa, Ela almoçou, claro. (A fome estava de matar)
Depois resolveu que iria estudar, como há muito não fazia.

Caderno... jogado em cima da escrivaninha, que estava cheia de coisas em cima: papéis velhos, embalagens de chocolate, e até uma meia?! *credo*
Tirou tudo aquilo de cima, e abriu o caderno para dar uma lida naquelas anotações que cairiam na prova da próxima semana.
Mas, ao abrir o caderno, não eram apenas anotações que Ela encontraria ali...

Não... Outra carta a esperava.
Dessa vez, Ela nem se surpreendeu. Já esperava que cedo ou tarde Ele escrevesse novamente.

Ela leu. Na carta Ele meio que pedia desculpas novamente por falar daquele jeito com Ela. Pelo menos foi o que Ela entendeu. Ele dizia ainda, que percebera que Ela estava triste com essa história, e que não havia comentado mais nada. Para Ele era a melhor opção desde o início: ignorá-lo.

Ela agora até já estava começando a entendê-lo. Pelo jeito Ele só queria alertá-la. Talvez até tivesse sido infeliz em algumas escolhas de palavras... mas nem todos são perfeitos. Pelo menos Ele percebia quando Ela estava infeliz, o que era o caso no momento. E mais ninguém percebera.

[...]

Um tempo se passou, dois... três meses. As cartas nunca deixaram de chegar. Às vezes demoravam um pouco mais. Mas sempre estavam lá. De alguma forma que Ela particularmente não entendia.
O que Ela não percebeu, mas Ele viu muito claramente, é que durante esse tempo Ela foi realmente voltando ao que era. Deixando aquelas más companhias de lado, e voltando a se relacionar mais com os velhos amigos, que Ela havia deixado de lado.

Foi tão natural. Tanto que Ela sequer notou. Foram umas 20 cartas ao longo desse período. Algumas só como lembrete de que Ele ainda estava ali por perto...

Um dia, as cartas simplesmente deixaram de chegar. E então Ela viu o quanto aquilo foi bom para Ela mesma. Foi aí que Ela viu o que aconteceu. Como a mudança veio, e vem sempre, devagar. E começou a pensar que foi exatamente isso o que ocorrera quando Ela se tornou... vulgar?!. É, Ela tinha que admitir que passou por uma fase bem negra. Mas agora estava tudo bem, tudo de novo em seu devido lugar.

[...]

Ela nunca descobriu quem mandou aquelas cartas para Ela. Foi um segredo que Ele soube conservar muito bem. Algumas vezes até ocorreu a Ela de que poderiam ser algumas pessoas... Mas no fim não era nenhuma delas. Não! Ele tinha se preservado muito bem. Ela nunca descobriria quem era o remetente, e nem ninguém mais.

[...]

Ele ainda sabe o que se passa com Ela. Mas decidiu e percebeu que Ela não precisa mais de seus conselhos. Não revelar-se foi uma opção, uma escolha. Talvez não tão atrativa para Ela, mas conveniente para Ele, claro.

Ela? Continua linda, inteligente, esperta. Mas nunca esqueceu, ou irá esquecer de tudo aquilo. Foi uma fase interessante.

Admirador secreto? Alguns até poderiam chamá-lo disso, mas Ela prefere acreditar que Ele é seu amigo-secreto, e que Ele ainda está por perto. Ela só não sabe o quanto... mas que Ele está, disso Ela sabe bem.

Aquelas cartas, Ela ainda as guarda. Aquelas cartas...

Esta história é dedicada a todas aquelas pessoas que sabem o valor de um segredo.


p.s: As cartas ainda serão divulgadas. E um final alternativo também. Aguardem. ;]
17 outubro, 2008 3 comentários

Aquelas cartas [Parte 2]

[continuando...]

No outro dia, bem cedo, Ela vestiu sua melhor mini-saia e a camiseta da turma, e lá foi Ela para a faculdade.

As pessoas nem notaram diferença nenhuma. Ela já estava se vestindo assim fazia um tempo, estavam todos já, meio que, acostumados à visão. [Só Ele que notou que aquilo, com certeza, era uma resposta]

Ela então se encarregou de divulgar a todos... a todos MESMO... que tinha recebido uma cartinha anônima, e havia detestado e ainda falou que quem fez aquilo [Ele] era muito estúpido e idiota, além de covarde por não se revelar.

Éh... ela falou h-o-r-r-o-r-e-s. Ela fez questão de espalhar que nunca... NUNCA... ela ia deixar de se vestir do jeito que ELA queria por causa de algum doido que imaginava conhecê-la.

A história, claro, repercutiu.

[Como assim, Ela receber uma carta de um anônimo falando que Ela era vulgar, e mais, porque Ela andava com os fulaninhos?!]

Toda a faculdade ficou sabendo. Claro que não ficou preso somente a turma dEla. Não! Espalhou, e muito.

Depois de cumprir sua tarefa, e imaginando que Ele desistiria e não mandaria uma segunda carta, Ela foi embora para sua casa. [Depois de assistir aula, ok]

Banho... Cozinha... PC... [Rotina comum a (quase) todos]

Ops... o celular está tocando... " - Droga tá na bolsa..."

Ela se levantou para procurar o celular dentro da bolsa, o que na verdade, seria uma grande caçada. Como é sempre.

Futrica de cá, mexe de lá.

Desiste.

Vira a bolsa de cabeça pra baixo em cima da cama.
[Praticidade, plx]
O celular e mais uma parafernália de coisas caem sobre o lençol recém-colocado pela mãe. Ela pega o celular desesperadamente, olha quem é, e atende.
" - Oi, xxx." [A amiga]

Enquanto conversa, Ela começa a colocar tudo de volta dentro da bolsa. Quando se depara com algo estranho, que não deveria estar ali.

OUTRA CAAAAARTA.!

" - Não.! Não é possível?!"

Sim. Era possível. O papel estava bem ali em suas mãos, era tudo bem real.

Ela deu um jeito de dispensar logo a amiga e desligar o telefone.

O desespero inundou seus olhos, e por apenas um instante ela pensou em jogá-lo fora. Ignorar talvez fosse a melhor solução.

Mas não! Não com aquela curiosidade típica de pessoas como Ela. Definitivamente Ela tinha que ler aquilo... mais uma vez.

[ha-ha. Quase que termino aqui só pra deixar uma raiva maior, mas por sorte de vocês, eu vou seguir mais um pouco. Até eu estou me divertindo com a história.]

Ela abriu lentamente aquela carta. A segunda carta que recebia de um anônimo em dois... DOIS... dias, apenas.

Ela não entendia. Como aquela carta fora parar em sua bolsa. COMO. Ela não se afastou dela por um momento sequer. " - Quando isso aconteceu? QUANDO?", grunhiu.

Bom... ela leu. Sua reação foi de surpresa amis uma vez. Só que dessa vez a surpresa foi muito maior do que da primeira vez. Ele escreveu aquilo após vê-la de manhã. Ele comentava de sua saia, e ainda dizia que havia entendido perfeitamente o recado. E, ainda que não desistiria de fazê-la compreender que Ela não era assim.

QUÊÊ? Ele escreveu isso depois de vê-la e ainda colocou dentro de sua bolsa?

Não era possível. Que abusado. Como Ele fez isso, e o pior... QUANDO??

Ela tinha que pensar. Pensar muito bem no que fazer. A técnica de espalhar a história parecia não ter dado certo, pelo menos a curto prazo. Ela tinha que esperar, ver o que mais aconteceria... Quem sabe Ele ainda não havia sofrido o impacto da repercussão. Não havia tido tempo de digerir tudo.

Mas Ele percebeu a coisa toda da saia. E ninguém mais comentou nada disso, nem um: " - Por isso a saia curtinha, né?"

Não.! Ninguém reparou.

Nesse momento uma nuvenzinha fechou seus pensamentos, mas logo foi embora, e Ela... fazer as outras coisas que tinha por fazer, pensando sempre, claro.

[...]

" - Recebi mais uma carta", dasabafou na rodinha. Por um momento... silêncio total. Depois só risadas.

Ela?! Um sorrisinho meia-boca. Passara a noite toda pensando nisso...

[continua...]
14 outubro, 2008 5 comentários

Aquelas cartas...

A professora mandou que anotassem o dia da entrega dos trabalhos. Boa aluna, ela, claro, foi logo pegando sua agenda cheia de frufus para anotar a data em questão. Mas, quando pegou a agenda nas grades da cadeira embaixo do assento, um papel... Aliás uma carta caiu de dentro da agenda.

QUÊ? UMA CARTA?

Fez cara de surpresa.

De cima ela viu que a carta era anônima. Por impulso, fez logo o favor de catar aquilo do chão e esconder, quer dizer, colocar de volta dentro do material. Ela não se arriscaria a abrir uma carta anônima na frente de todos. Ainda mais com as garotas e os garotos logo ali ao seu lado. [o que eles poderiam pensar?!] Na certa iriam abrir a carta e lê-la em voz alta...

Não! Era melhor que ninguém soubesse... Pelo menos, por enquanto.

Após a aula, naquela faculdade quente sem ar-condicionado, ou um ventilador que prestasse, ela foi logo para casa. A turma até que insistiu para que ela ficasse e fosse com eles para não-sei-aonde fazer não-sei-o-quê. A curiosidade e a vontade de tomar um banho falaram mais alto.

Foi para o ponto de ônibus e entrou naquele veículo lotado de gente totalmente diferente.

Chegando em casa, não teve dúvidas... Foi direto para o banho. Lavou o cabelo e vestiu uma roupinha mais leve.

Depois... bem depois... ela se lembrou que tinha alguma coisa pra fazer... ou melhor, para ler.

CLARO, A CAAAARTA!

Quase gritou. Sua mãe resmungou algo lá da cozinha. Ela não deu importância, foi direto à bolsa, onde ela tinha enfiado a carta sem hesitar. Vasculhou aquela bolsa de cima a baixo, quase a virou do avesso, mas antes de isso acontecer, encontrou o que procurava...

Parou por um momento com aquele envelope nas mãos. Já estava todo amassado, devido à falta de cuidado que ela teve ao enfiá-lo dentro da bolsa na pressa. Ela bem que notou que não era para ele estar daquela maneira.

Bem, ela o abriu, e leu, e explodiu. [quê]

COMO ASSIM? EU? VULGAR? QUEM ESSA PESSOA, ALIÁS, ESSE CARA... [dava pra notar pela caligrafia] ...PENSA QUE É?

Ela estava possessa.

Na carta, uma pessoa que preferiu não se identificar havia escrito que ela estava deixando-se influenciar pelas más companhias que eram alguns garotos e algumas garotas que andavam com ela. Ele afirmava que ela era bem mais do que aquilo e que não deveria usar aquelas roupas tão... vulgares que ela havia passado a usar.

Pra quê?

Ela ficou louca da vida.
Passou a noite pensando naquilo, naquela carta.

E chegou à conclusão do que faria.

[continua...]
07 outubro, 2008 3 comentários

Descobertas

Descobri que eu sou muito mais forte do que pensava. Descobri que a vida não deixa espaço pra gente, e que quando a gente escolhe esquecer algo, ou alguém, é difícil, porque esse tal não quer ir embora. *tá parecendo que é romance, mas não é, ok* Descobri também que quando a gente resolve fazer algo deve sempre consultar os amigos. Tomar decisões sozinhos, às vezes, não é a melhor opção. Descobri que a vida é uma caixinha de surpresas, e quando você menos espera, aquela coisa perdida no tempo ressuscita de uma maneira não tão agradável. Descobri que é melhor você fazer as coisas com calma, e que no momento da raiva não adianta tentar resolver problema algum. Descobri que eu também sou de carne e osso, e que muitas vezes não vou expor o melhor de mim, mas descobri que posso ter mais calma em alguns momentos pra poder agir corretamente.

Talvez hoje, eu não tenha alcançado o máximo de mim. Mas posso dizer que já alcancei muita coisa, tendo em vista que às vezes o tiro saiu pela culatra.

O melhor mesmo é conservar as amizades que te fazem bem, e sinceramente, eu tenho várias. As outras... piff, a gente descarta. Afinal ninguém precisa de gente ruim por perto. Mas não descarta de qualquer maneira, não. Primeiro é preciso deixar tudo para trás e esquecer que qualquer coisa ruim tenha acontecido, e assim, se libertar de tudo, para que todos possam ser felizes, cada qual em seu lugar *claro*. No fim, é só esperar que enfim, tudo dê certo. Na verdade, é o que sempre faço.

p.s: Esse veio de dentro, literalmente.
p.s2: Que bom que nestes tempos tecnológicos em que estamos é também possível receber abraços virtuais. *thancks, babies, luv u, dears*
02 outubro, 2008 4 comentários

" - Você carrega maconha?"

Lá estava ele voltando para casa após um longo dia de estudos naquela Universidade que fica totalmente a parte do mundo. A sós com seus pensamentos, ia conduzindo a moto e desviando de todos aqueles carros que o cercavam e sufocavam ao longo daquela via, que, com todo o cansaço do dia acumulado, parecia infinita... interminável.

Algo, entretanto, chama sua atenção.
Seus sentidos super-aguçados apontam para uma nova situação que o espera logo mais a sua frente.
Ele, continua dirigindo normalmente, mas vê aquilo, que antes parecia apenas uma mancha no asfalto, crescer diante de seus olhos.

Uma blitz da Polícia Militar estava montada bem ali a sua frente, e um policial a sua espera fazendo sinal para que parasse.
Ele, claro, estaciona a moto calmamente. Não traz consigo nada ilícito, seus documentos estão em ordem, o que mais aquela situação pode ser senão algo completamente corriquiero?!

O policial seguindo os padrões de abordagem à motocilistas, desabotoa o coldre, no qual carrega sua pistola calibre 38, armamento padrão da PM, e pede para que ele desça lentamente da moto, ponha-na apoiada no descanso, tire seu capacete e desabotoe a jaqueta.

Ele, claro, mais uma vez, obedece a todas as recomendações. Já passara por tudo aquilo mais de uma vez, como poderia acontecer algo demais?!

Quando ele termina de abrir sua jaqueta, que usa insistentemente todos os dias para que seus braços não fiquem marcados pelo sol, o policial pede com voz branda porém autoritária que entregue seus documentos e os do veículo para o oficial que está ali ao lado a espera.

Enquanto o outro policial verifica os documentos, que, como sempre, estavam na mais perfeita ordem, o tira verificava o que havia na mochila dele.

[Diálogo que ocorreu entre ele e o policial]

" - Você vai abrindo os bolsos da sua mochila pra eu olhar.
- Ok.
- Tem algo ilícito aí?
[Ele quase ri]
- Não.
[O policial vê os livros e todo o material escolar que está ali dentro]
- Onde você estuda?
- Na Federal de Goiás.
- Ih. Lá é perigoso... essas coisas... você sabe, né?! Você carrega maconha?
[Agora ele tem que segurar a risada que surge do mais íntimo de seu ser]
- ... Não. *O que esperava, que se tivesse eu falasse? dã*
[O policial continua a vistoria]
- Que que tem nesse compartimento aí?
[Ele abre calmamente o zíper do pequeno bolso]
- Nada...
[O riso está quase incontrolável. O outro policial que verificava os documentos acena para que ele vá buscar os papéis. Ele vai até lá e os pega. No momento em que coloca o capacete para voltar ao seu caminho, o policial, aquele que perguntou das drogas, vira-se e faz uma ultima indagação olhando fixamente para seus olhos]
- E essa jaqueta... você trabalha na Unilever¹?
[Mais uma vez controlando o riso]
- Não. É do meu pai."

Ele sobe na moto novamnete, dá a partida e segue seu caminho rumo ao conforto de sua casa. Absorto novamente em seus pensamentos ele se lembra da última pergunta do policial e indaga a si mesmo: " - O que ele queria, que eu tivesse roubado a jaqueta?! Policiais..."
Não pensa mais nisso, logo estará em casa, com uma bela refeição feita tão cuidadosamente por sua mãe. Agora isso tudo será somente uma história para blogs alheios.

¹O nome da empresa foi alterado para preservação da fonte.

p.s: Uma historinha pra divertir vocês. Quem disse que a Ju Marton não sabe contar histórias?! Inventar, definitivamnete, não. Mas contá-las, ela sabe, esporadicamente, claro.
p.s2: O dia que você pensar em usar short vista calça, porque com certeza vai chover e você vai passar um frio insuportável, ainda mais se for ficar até mais tarde na faculdade e ainda voltar de ônibus para casa. *fica a dica* ;]
 
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