14 janeiro, 2010 5 comentários

Resoluções de Aniversário a la Bridget Jones



Terminei de ler O Diário de Bridget Jones (Muito bom, por sinal. Recomendo!) justamente alguns minutos após começar o dia em que "comemorei" 21 anos. Há mais de duas décadas *cara, o tempo passa...*, momis dava a luz sua segunda filhota, justo no dia do aniversário do primogênito *sim! meu irmão mais velho e eu sopramos velinhas no mesmo dia, grata*. Pra falar a verdade, não sou das mais fãs de aniversário. Nada a ver com aquela parada de que a gente fica mais velho e talz. Vou tentar explicar...

O fato é que é apenas mais um dia. Você não envelhece, amadurece, cresce, aparece *hahaha. licença poética mode on* de um dia para o outro. Dentro de um ano, você aprende inúmeras lições, a cada dia você amadurece um pouquinho e etc. Então, EU *Juliana* não vejo sentido em comemorar aniversário. Pra mim faz mais sentido... Ah, esquece! Por mais que eu tente, ninguém vai entender e eu ainda vou passar por doida. Quer dizer... Eu já estou passando por doida (dã).

Voltando a Bridget... Por ter terminado o livro justo no meu aniversário, e a minha querida personagem ser uma das maiores fãs de resoluções de que já ouvi falar, resolvi fazer as minhas resoluções do dia de aniversário, só pra relembrar um pouquinho da história do livro que eu, definitivamente, amay. E quem sabe, dar um gostinho de eu quero em quem ainda não leu a obra de Helen Fielding.



TERÇA-FEIRA, 13 DE JANEIRO:
3 SMS, 5 scraps, 1 depoimento, 5 tweets, 1 comentário, 2 emails institucionais com descontos, 3 chamadas não atendidas, 4 chamadas atendidas, 1 chamada atendida de pré-aniversário (12/1), 1 almoço de pós-aniversário (14/1), 1 dia de folga (Muito bem aproveitado no Hot Park), 2 ombros queimados pelo sol (Fica a dica: use MUITO filtro solar!), 87 páginas de O Senhor dos Anéis v.1.

2h. Feliz aniversário pra mim. Vamos ver se consigo quebrar a tradição de longos anos e ter um feliz aniversário de verdade. Ainda não consegui dormir lendo O Senhor dos Anéis. É fato que li O Diário de B.J. até agorinha. Mas, quero logo começar a ler A Sociedade do Anel. Não vejo a hora em que Legolas vai aparecer. É claro que é porque eu fico pensando no Orlando Bloom, mas quem liga, ele é um gato mesmo.
2h30. Okey. Minhas pálpebras estão pesadas. Sem possibilidade do Tolkien parar de falar de Hobbits e seus pés peludos. Se eu contar até 3 já estarei no décimo sono.
6h10. Minha mãe acaba de me chamar. Eu ia levantar daqui 5 min. Mas, parece que a vontade de chegar no parque é tanta que nem posso dormir mais um pouquinho. Eu já estava acordada. O @rafazildodias me mandou mensagem logo 3 min antes dela entrar no quarto. Vou pro banho já.
7h. Ainda não pegamos a estrada de fato, e meu estômago já está me irritando. Vou deitar e dormir. Melhor do que ficar esperando a náusea se apossar de mim.
8h. Uma chuva horrível nos pegou no meio da viagem. Meu irmão está super-tenso dirigindo, mas meu estômago ainda está reclamando. Vou continuar dormindo. Se acontecer alguma coisa, pelo menos acordo no céu.
8h45. Chegamos a Morrinhos. Vamos parar pra comer alguma coisa, o que é ótimo já que eu ainda estou enjoada. Meu irmão quer Coca-cola. Minha cunhada não quer deixar, mas ela não vai conseguir impedir. Isso é um fato!
9h30. A fila está enorme! E deve ter pelo menos umas duas excursões gigantes de criancinhas aqui. Meu irmão e eu vamos até a bilheteria mostrar nossas identidades. Fazer aniversário é bom nesses lugares. Você ganha a entrada!
10h20. A Praia do Cerrado... Delícia! Está ainda melhor que da última vez O melhor é que nem está muito sol, mas eu passei bastante filtro solar nos ombros que é onde eu sempre queimo mais.
11h. Perguntei para um moço quantas horas. Já estou com fome. Mas, pelo visto vou ficar assim até às 2h, quando os outros decidirem comer.
11h30. Adoro esse lugar! A única coisa ruim é que tem que andar demais.
13h. Já pegamos umas 3 ondas aqui na "praia". Minhas pernas começam a incomodar. Mas, estou firme e forte... e com fome!
13h45. O atalho até o restaurante está bloqueado. Vamos ter que fazer o caminho normal e mais longo.
14h40. Okey. Estou empanturrada. Mas, ainda vou comer a sobremesa. Tem um pavê me chamando ali.
15h30. Quando desci no Half Pipe com meu irmão mais novo, ouvi todos que ficam só olhando (Por que eles fazem questão de ficar nos olhando e rindo da gente, ao invés de ir experimentar um pouquinho dessa droga chamada adrenalina?) rindo de mim e uma mulher gritando: " - Olha a cara dela!". Reencontramos o casal-grude. Vamos para a piscina de boiar de novo. Lá a água é quente e dá pra ficar sentada na sombra. Meu irmão mais novo já está enjoado de mim, posso sentir.
16h10. Meu irmão quase não acreditou que já são 16h. Eu disse a ele que se quiser ir embora, estou satisfeita comigo e com o passeio.
- Você tá doida? - ele respondeu.
- Não! Se não a gente vai chegar super-tarde e, se você vai dormir até as três da tarde, azar, eu trabalho amanhã - às vezes eu fico sensível demais e isso altera a minha delicadeza.
Minha cunhada fez cara de que não gostou, e no fim eu vou perder, de qualquer forma. Antes das 19h a gente não sai daqui.
17h20. Na praia de novo! Deve ser a última onda que eles vão ligar.
- Depois dessa a gente vai embora, okey? - falo ameaçadora para meu irmão.
- Tá! - ele responde rispidamente.
Eu sei que sou chata. Mas, tenho certeza que eles vão enrolar horrores na hora de sair e a gente vai chegar em casa depois das 21h.
18h15. Já tomei banho. Já troquei de roupa. Já penteei meu cabelo seco de cloro e sol. Já passei filtro solar nos meus ombros queimados. O casal ainda está de traje de banho, tirando fotos pelo parque. Eu falei que eles iam enrolar. E... vou adivinhar: minha cunhada vai tomar banho ainda.
18h35. Uma mulher estava trocando de roupa bem na porta do banheiro. Tive que correr lá e avisar que as partes delas estavam bem à mostra. Ela ficou um pouco constrangida, mas bastante agradecida.
- Você viu ela lá? - meu irmão perguntou quando voltei para o banco em que estávamos sentados esperando.
- Quem? A R*?
- É! - falou impaciente.
- Nossa! Nem olhei.
Voltei para dentro do banheiro, ela ainda estava passando creme nos cabelos. Saiu uns 5 min depois e me pediu a escova de cabelo emprestada e me emprestou seu pós-sol. O que foi uma mão na roda, já que meus ombros não param de arder.
19h. Estamos na estrada, até que enfim. Vou dormir de novo. Já sei que a viagem é demorada e não estou a fim de passar mal de novo.
20h40. Chegamos a Hidrolândia.
- A cidade natal do Aquaman.... A cidade mais hidratada do mundo... A cidade...
- A cidade que nunca fica na seca!
Meus irmãos insistem em fazer piadinhas. ao menor sinal de vida do meu celular, liguei para a momis pra avisar que estamos a caminho de casa. Mas, que devemos chegar após as 21h.
- Tá bom, filha! - ela respondeu.
Minha querida amiga Popps, que também faz aniversário no mesmo dia que eu, também me mandou mensagem! Quando chegar em casa vou escrever algo bem bonito pra ela.
21h. Não dormi mais desde a ligação. Sempre fico animada de chegar em casa. Não sei porque, não tem nada de mais... Meu celular está tocando.
- Filha, nós estamos no Shopping. Vocês têm chave, né? - é meu pai.
- Aham... Mas, o que vocês estão fazendo aí? - digo assustada.
- Vendo umas coisas. Até mais.
Desligou o telefone.
21h50. Meus pais ainda não chegaram. Isso é estranho. Nós achamos que eles foram comprar um bolo pra cantar parabéns pra gente. Meu irmão mais novo disse que a gente está viajando e que quando eles chegarem sem bolo nenhum. Abri meus emails, orkut, twitter, facebook, tudo. Já vi que recebi algumas mensagens legais.
22h30. Vou dormir, aliás ler. Meus pais, de fato, não trouxeram bolo e eu ainda tive uma pequena discussão com meu pai, só pra variar um pouco [/ironia].
23h55. A @luizaseabra ligou a pouco. Ela ligou mais cedo, mas como o celular estava na mochila dentro de um armário, eu não vi tocar, claro. A @danamalua é uma graça. Me mandou mensagem, tweetou, deixou scrap... Gracinha.
Meia noite e meia. Meus ombros estão me matando. E a qualquer sinal de contato com o lençol parece estar arrancando a pele. Isso que dá ser transparente. Cansei de ler e vou dormir. Amanhã (hoje) tenho que ir trabalhar e não vai dar pra ficar molengando, se não o pessoal da empresa pode grilar. Vou vestir uma roupa com mangas, pra ninguém ficar perguntando se eu me queimei no sol. Minha tolerância pra esse tipo de pergunta costuma ser zero. Melhor não arriscar.

-kissdon'twishmeahappyBday;*

p.s.: Sim! Eu não anunciei meu aniversário. Eu sei o aniversário dos meus amigos e não preciso de Orkut pra me lembrar. Fica a dica! ;]
03 janeiro, 2010 14 comentários

A sexualidade feminina



Debates são sempre arriscados, ainda mais quando o tema faz com que você se exponha demais. Eu não gosto e prefiro não me expor, mas, às vezes, essa exposição faz-se extremamente necessária. Falar da liberdade da sexualidade feminina não é o meu tema preferido, confesso - aliás, eu prefiro me abster em discussões. Não que não tenha opinião, mas, geralmente, as pessoas tendem a querer impor suas idéias, e isso, de fato, não me agrada nenhum pouco. Contudo, desta vez fui impelida a participar da discussão - e quando digo impelida, digo que fui obrigada, convidada, forçada, e quantos mais sinônimos couberem à sentença. Todo aquele debate, entretanto, despertou-me para uma série de questões que, mal sabia eu, existiam dentro de mim. Atualmente, muito tem se falado da liberdade que a mulher deve/deveria possuir sobre seu corpo, para usá-lo da maneira como lhe aprouver.

A arguição seria de que os homens possuem liberdade de fazer sexo da maneira como desejam, e de que as mulheres foram privadas de tal liberdade, baseado em fatos religiosos, sociais e morais. É fato que a sociedade incumbiu-se de limitar as mulheres ao máximo, incluindo desde as restrições de suas tarefas, que deveriam ser domésticas, até o prazer que elas poderiam/deveriam ter no ato sexual. Com o movimento feminista crescendo a cada dia e a mudança da mentalidade social, essa restrição começa a se tornar - se já não se tornou - démodé. A sociedade hoje é liberalista e a sexualidade feminina já é aceita de um modo que jamais foi. Todavia, de acordo com as feministas mais liberais, ainda há um tabu que necessita ser ultrapassado, e com essa afirmação concordo de corpo e alma, porém não no sentido em que ela é aplicada. Ao mer ver, hoje o tabu da existência da sexualidade feminina há muito já foi vencido, entretanto, as pessoas ainda sentem a necessidade de criar um culpado para a situação.

Atualmente, o tabu não é mais o falar sobre sexo, até porque esse assunto é tratado abertamente até mesmo com crianças; a limitação, a restrição mental, na verdade, está no fato das escolhas pessoais de cada indivíduo, liberais ou não. Agora, já não são recriminados aqueles que fazem sexo demais, mas aqueles que não fazem. As discussões limitam-se tanto a questionar os hábitos (ditos) conservadores, que o recorte correto a ser feito não é sequer observado. A sociedade foi tão habituada a questionar sempre os mesmos temas que não consegue mais enxergar além daquele recorte específico. Isso acontece, principalmente, na esfera religiosa, seus dogmas e convenções, principalmente em relação ao sexo; o machismo que foi instituído acerca desse ato e de todas as esferas que envolvam a relação mulher-homem ou homem-mulher.

Hoje, o sexo é totalmente desvinculado do amor. Claro, que há o tal sexo casual, mas, confesso mais uma vez, eu não sou a favor de tal ato. O tema hoje é tão banalizado que é comum ouvir relatos que envolvam situações do gênero; o que antigamente era atípico, no presente é o mais normal que se pode observar, não deixando margem de justificativas para aqueles que preferem se abster de tal ato. Aliado a isso, está o fato de que, nem mesmo os mais liberais - ou seria libertinos? (uma palavra um tanto preconceituosa, creio eu) - conseguem lidar com o assunto; não conseguindo expressar aquilo que pensam e/ou até sentem.

Para mim é muito fácil ver essa distinção entre grupos que se dizem liberais, mas não conseguem tratar o tema com a menor naturalidade, e aqueles que são nomeados conservadores, mas que lidam com o assunto, com bem maior espontaneidade, e conseguem falar abertamente. Talvez, o real conservadorismo esteja na limitação da mente em querer encontrar algo que a limite, isto é, as pessoas sentem necessidade em criar algo que as possibilite contestar, o que, ao que me parece, seja talvez mais conservador do que a simples escolha de abster-se de uma vida sexual ativa. Ao contrário do que alguns pensam, não tenho repugnância por quem decidiu se relacionar sexualmente com um, dois ou sabe-se quantos parceiros, todas as pessoas têm o direito de fazer escolhas, assim como aqueles, que do mesmo modo que eu, decidiram não consumar o ato.

Contudo, é de absoluta importância, para mim, concluir que o liberalismo exagerado não é a melhor opção, assim como ter a mente trancafiada pelo conservadorismo, que certamente existe. Deve haver, no entanto, um equilíbrio entre as partes, para que não se fique sujeito à mesmice de sempre. Para mim sempre será uma questão de escolhas, como diria o meu querido filósofo, Jean-Paul Sartre e seu existencialismo - apesar de não concordar por completo com sua obra, ou melhor, a ínfima parte de sua obra a que tive acesso. Finalizo com um de seus pensamentos, delicie-se.
"A escolha é possível num sentido, mas o que não é possível é não escolher. Posso sempre escolher, mas devo saber que, se eu não escolher, escolho ainda"

-kisshappy2010;*

p.s: Esse texto foi escrito em Abril de 2009 e estava guardado desde então.
 
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