25 outubro, 2008

Aquelas cartas [Parte 3 - Final]

[continuando...]

O pessoal estava levando tudo aquilo na brincadeira, claro. Onde já se viu alguém mandar cartinhas falando que é para o destinatário mudar seu modo de se vestir?!
Mas Ela... Ah! Ela estava intrigada. Ela não entendia o porquê de tudo aquilo e, pior ainda, ela não fazia idéia de quem poderia ser.

No começo Ela achou que poderia ser brincadeira da galera. Mas... as cartas eram tão reais... tão cheias de sentimento e sinceridade.
Quando Ela lia aquelas cartas, ela percebia que ele, o remetente, não estava brincando ou fazendo jogos com Ela. Não! Tudo era muito verdadeiro.

Assombrada por todos esses pensamentos foi como ela dormira na noite anterior. E agora estava ali, sentada àquela rodinha com pessoas que Ela achava conhecer tão bem e, principalmente, que Ela achava a conheciam também.

[...]

Pelo visto não era bem assim que as coisas funcionavam. Ninguém ali percebeu ou importou-se de verdade com o que estava acontecendo a Ela. Todo aquele fluxo de pensamentos e sentimentos que a corroíam. E se Ele estivesse certo? Ela não conseguia compreender.

[...]

A conversa desenvolveu-se mais ou menos da seguinte maneira:

" - Hei, Ela.! Conta aí pra gente de novo como foi.
- Éh! Que que tava escrito nessas paradas.
(Risadas)
- Aposto que foi yyy.
- Nãão! Foi kkk.
(Risadas)
- Não! Melhor, melhor...
(Cara de curiosidade em todos)
- GGG! AUHAUAUAHA.!
(Risadas ecoavam)"

E assim foram as conversas. Até que Ela decidiu que não iria mais comentar nada a esse respeito com ninguém. Talvez ignorar toda essa historia desde o início tivesse sido a melhor opção. Mas... "antes tarde do que nunca" não é mesmo?! Se era pra acabar com isso, Ela cortaria o mal pela raiz. Os comentários cessariam ali mesmo.

Ela apenas se levantou e foi embora. Com sorte ainda pegaria o almoço na panela.

Chegando em casa, Ela almoçou, claro. (A fome estava de matar)
Depois resolveu que iria estudar, como há muito não fazia.

Caderno... jogado em cima da escrivaninha, que estava cheia de coisas em cima: papéis velhos, embalagens de chocolate, e até uma meia?! *credo*
Tirou tudo aquilo de cima, e abriu o caderno para dar uma lida naquelas anotações que cairiam na prova da próxima semana.
Mas, ao abrir o caderno, não eram apenas anotações que Ela encontraria ali...

Não... Outra carta a esperava.
Dessa vez, Ela nem se surpreendeu. Já esperava que cedo ou tarde Ele escrevesse novamente.

Ela leu. Na carta Ele meio que pedia desculpas novamente por falar daquele jeito com Ela. Pelo menos foi o que Ela entendeu. Ele dizia ainda, que percebera que Ela estava triste com essa história, e que não havia comentado mais nada. Para Ele era a melhor opção desde o início: ignorá-lo.

Ela agora até já estava começando a entendê-lo. Pelo jeito Ele só queria alertá-la. Talvez até tivesse sido infeliz em algumas escolhas de palavras... mas nem todos são perfeitos. Pelo menos Ele percebia quando Ela estava infeliz, o que era o caso no momento. E mais ninguém percebera.

[...]

Um tempo se passou, dois... três meses. As cartas nunca deixaram de chegar. Às vezes demoravam um pouco mais. Mas sempre estavam lá. De alguma forma que Ela particularmente não entendia.
O que Ela não percebeu, mas Ele viu muito claramente, é que durante esse tempo Ela foi realmente voltando ao que era. Deixando aquelas más companhias de lado, e voltando a se relacionar mais com os velhos amigos, que Ela havia deixado de lado.

Foi tão natural. Tanto que Ela sequer notou. Foram umas 20 cartas ao longo desse período. Algumas só como lembrete de que Ele ainda estava ali por perto...

Um dia, as cartas simplesmente deixaram de chegar. E então Ela viu o quanto aquilo foi bom para Ela mesma. Foi aí que Ela viu o que aconteceu. Como a mudança veio, e vem sempre, devagar. E começou a pensar que foi exatamente isso o que ocorrera quando Ela se tornou... vulgar?!. É, Ela tinha que admitir que passou por uma fase bem negra. Mas agora estava tudo bem, tudo de novo em seu devido lugar.

[...]

Ela nunca descobriu quem mandou aquelas cartas para Ela. Foi um segredo que Ele soube conservar muito bem. Algumas vezes até ocorreu a Ela de que poderiam ser algumas pessoas... Mas no fim não era nenhuma delas. Não! Ele tinha se preservado muito bem. Ela nunca descobriria quem era o remetente, e nem ninguém mais.

[...]

Ele ainda sabe o que se passa com Ela. Mas decidiu e percebeu que Ela não precisa mais de seus conselhos. Não revelar-se foi uma opção, uma escolha. Talvez não tão atrativa para Ela, mas conveniente para Ele, claro.

Ela? Continua linda, inteligente, esperta. Mas nunca esqueceu, ou irá esquecer de tudo aquilo. Foi uma fase interessante.

Admirador secreto? Alguns até poderiam chamá-lo disso, mas Ela prefere acreditar que Ele é seu amigo-secreto, e que Ele ainda está por perto. Ela só não sabe o quanto... mas que Ele está, disso Ela sabe bem.

Aquelas cartas, Ela ainda as guarda. Aquelas cartas...

Esta história é dedicada a todas aquelas pessoas que sabem o valor de um segredo.


p.s: As cartas ainda serão divulgadas. E um final alternativo também. Aguardem. ;]

2 comentários:

Lorena Dana disse...

meldels u___u
acabou?! ela tinha que encontrar com o tal remetente! e se fosse o grande amor dela? perdido no tempo? por causa de lerdeza u___u

okay, parey XD hauahauha!
adoro suas historinhas, juh!

Paula Falcão disse...

The End?!

Ainda acho que ele ta querendo ela, mas gostei!
hahahahaha

Na boua, eu nunca ia desencucar se não descobrisse quem era o autor... sério mesmo! Móa calma essa guria! =D

Ju contadora de histórias!
Espero as próximas...

;*

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