26 dezembro, 2009 11 comentários

Dois pijamas, duas versões



Sempre gostei da idéia de se fazer adaptações de livros para o cinema. Pra mim é como unir o útil ao agradável. Não que eu já tenha lido/visto muitos, mas a idéia disso me agrada bastante. Entretanto, muitos filmes me contradizem, quando essas adaptações que poderiam ser tão boas, são feitas de maneira relaxada pouco semelhante a obra original. O primeiro caso comprovado e super-frustrante desse tipo de prática pra mim foi a saga Twilight. Ok! Pode ser coisa de louca viciada em livros, mas honestamente, nada naqueles filmes me estimula, o que é bem diferente do que acontece com a saga original. Neste sentido, e já esperando o pior, como anunciei no último post, assisti a O menino do pijama listrado, adaptação do romance de mesmo título de John Boyne.

[ATENÇÃO! CONTÉM SPOILERS NOS PRÓXIMOS TRÊS PARÁGRAFOS!]

Eu, definitivamente, amei o livro. Apesar do final ser muito repentino e, com isso, dar ao leitor a sensação de desamparo, é muito interessante acompanhar momentos tão horríveis da visão de um menino de oito anos. A história é a seguinte, tanto no livro quanto no filme, Bruno, um garoto de oito anos e filho de um comandante do exército nazista na 2ª Guerra Mundial, se vê obrigado a se mudar quando seu pai é transferido para o controle da base de um campo de concentração. Mas, ele não sabe disso. Só entende que vai deixar seus "três melhores amigos para a vida toda", sua casa grande, espaçosa e cheia de lugares a serem explorados, e seus avós, ou seja, sua vida em Berlim.

Chegando à casa, muito insatisfeito por sinal, ele descobre uma tal "fazenda" da janela de seu quarto, onde existem pessoas que ficam de pijamas o dia todo e há muitas crianças com as quais ele até poderia brincar, se não houvesse a cerca. Um dia, ele resolve explorar, seu passatempo preferido, e começa a caminhar ao lado da cerca. Por um bom tempo, Bruno caminha sem nada avistar, mas logo ele vê uma mancha que, aos poucos toma a forma de um menino. O nosso protagonista, então, conhece Shmuel (origem hebraica, Samuel), O menino do pijama listrado, um garoto que extraordinariamente tem a mesma idade e ainda que havia nascido no mesmo dia em que Bruno. Dali em diante, os dois garotos desenvolvem laços fraternos de amizade, apesar de sempre estarem separados pela cerca.


Um dia, porém, um ano depois que a família chegou ao campo, surge a notícia: Bruno, sua irmã e mãe vão voltar a antiga casa. Bruno não fica contente com a notícia, já que ele já havia se acostumado a viver ali, apesar de todos os problemas, e estava feliz com seu amigo Shmuel. Ele avisa o amigo e como última aventura dos dois, fica decidido que Bruno vai atravessar a cerca em um ponto em que esta estava mal fixada. Tudo isso acontece debaixo de muita chuva e perigo. Bruno passa para o outro lado da cerca um dia antes da viagem e nunca mais retorna de lá. A recuperação dos pais, que só descobrem seu desaparecimento horas mais tarde, demora muito tempo. O que, no livro, é retratado em um epílogo.

[ATENÇÃO! ACABARAM-SE OS SPOILERS!]

A base do filme é a mesma do livro. Mas, como em toda adaptação faltou muita coisa. Também, era de se esperar que menos de 1h30 de duração não pudessem mostrar tudo o que Boyne conta através dos olhos de Bruno. O filme é bom. Recomendo. Mas, para aqueles que tiveram o prazer de ler o livro, vejam com a certeza de que vão assistir a um filme de que somente lembra um livro já lido. Não que se distancie tanto. Mas, ao que parece, tantas modificações da história precisaram ser feitas, que suas semelhanças tornaram-se bastante limitadas.

Outro grande problema do filme, é o que previ no post anterior: a narrativa cinematográfica faz a história perder o encanto do desconhecido, tornando tudo claro ao espectador, desde o campo de concentração, às frustrações da mãe, à mudança da irmã, entre outros detalhes que, sob a visão do narrador-Bruno na obra original, se tornam elementos misteriosos e trazem a dúvida ao leitor. Resumindo, no filme tudo é explícito, explicado e retomado o tempo todo. A típica estruturazinha que já conhecemos de tantos filmes.

Se acho que o filme poderia ser uma adaptação melhor? Sem sombra de dúvidas. Talvez *olha a palpiteira* se o diretor tivesse recorrido a um narrador em 1ª pessoa, no caso Bruno, pode ser que o ar de mistério prevalecesse ou, pelo menos, o espectador saberia que o garoto não estava entendendo nada do que acontecia ali e não, como transparece a quem assiste, o garoto é um tolo por não perceber o que está acontecendo embaixo de seu nariz.

Bom é isso, mas vale a pena assistir e ler não necessariamente nesta ordem. Só não esperem ver adaptação, no sentido mais puro da palavra, porque pra mim é uma versão bem diferente da original. E é tão melodramático que, confesso, me fez chorar.

-beijoslistrados;*
18 dezembro, 2009 6 comentários

Lendo por aí


Momento sinceridade:
Tenho medo de mim quando fico longe de algumas pessoas e depois, quando me aproximo novamente, não consigo, ou melhor, não desejo me distanciar. Whatever. Esqueçam!


Férias é sinônimo de leitura!

Gentem, olha que lindo! tenho um MONTE de livros pra ler nessas férias. Comprei a saga de Senhor dos Anéis (1-3). Ainda tem Memórias de Sherlock Holmes, que comprei faz um tempinho, maaaãs, ainda não li. Também tenho que terminar Honoráveis Bandidos, que é um livro reportagem que ganhei em um sorteio no Twitter *sorte pouca, é apelido*. E também tem O Diário de Bridget Jones, que chegou hoje pelo Correio e consegui pelo Trocando Livros - um site bem legal de troca de livros. Ainda nessas férias pretendo comprar Senhorita Smilla e o Sentido da Neve - como ele é muito caro novo, acho que vou procurar em um sebo da vida - e também A Mulher do Viajante no Tempo - que não ganhei de amigo secreto, apesar de querer muito. Ah! Se alguém quiser me dar de presente, estou super-aberta a receber! hohoho. Brinks.

Sobre o Trocando Livros... É um site móito legal, sério. Já consegui O Menino do Pijama Listrado, que por sinal é muito bom, e agora O Diário de Bridget Jones. E adivinha? Eles estão super-novos. O primeiro está bem mais, porque é literatura nova, né. Mas, é uma boa pedida... trocar livros assim. O barato é o seguinte: você cria sua conta e com ela uma lista de livros que você não quer mais, livros antigos ou novos, mas que estejam em bom estado de conservação. Daí, alguém que ficar interessado em um dos seus livros solicita ele pelo site. Você manda pelo Correio e ganha 1 crédito, que você pode trocar por outro livro. É super-hiper-mega-uber-legal. E, pra quem achar a minha explicação ruim, é só entrar no site, que é tudo bem didático, ok!

Outra coisa about books. Quem tem conta no Skoob aí? Pra quem não conhece, o Skoob é um site onde você organiza suas leituras. Tudo o que você já leu, está lendo ou pretende ler. É bem interessante, porque dá pra você ter acesso a resenhas e críticas que o pessoal faz, além de se informar sobre novos livros e velhos livros que podem ser uma leitura agradável e/ou interessante. Eu, particularmente, não tenho muitos amigos por lá, mas juro que estou me esforçando. hahahaha. Bom, quem quiser fazer conta é só clicar aqui tá.! E quem já tiver perfil lá, me adicione! (Gente, não consigo acessar a merd* benção do site. Depois linko aqui, direitinho! - CONSEGUI!)

Ahn... Falando sobre O Menino do Pijama Listrado...

Eu achei o livro demais. Gostei dele todo. Só tem UM problema... o final é repentino demais. E como a história toda é narrada por um guri de nove anos, muitos detalhes tomam outros sentidos. Até porque, uma crianças com nove anos de idade, por mais esperta que seja, não entende muito do mundo adulto a sua volta. O interessante e, me atrevo a dizer, fascinante neste livro é que você acaba sendo "infectado" por essa inocência. E, por mais que você tente compreender o sentido de uma porta se fechando, ou de uma cerca interminável, você acaba se perdendo nas ilusões infantis do narrador. Tanto é que, quando tudo termina, você mal pode acreditar que algo tão horrível aconteça. A moral? Tudo o que plantamos dá frutos, sejam bons ou ruins. Só vou dar uma pista, além das que já revelei, é uma visão totalmente distinta da 2ª Guerra Mundial. Até mais do que A Menina que Roubava Livros, outra leitura que recomendo, e desejo urgentemente *quem quiser... continuo aberta a presentes*. Recomendo!

Ah, e tem outra. Adaptaram para o cinema *e eu jurando que essa fase de adaptações tinha passado*. Estreiou no Brasil na última sexta-feira, pelo que andei pesquisando. Mas, aqui em Goiânia, não chegou ainda, não. Eu só acho, e vou falar antes de assistir o filme, que perde o encanto. Porque o livro tem o recurso da imaginação, então você nunca tem certeza se é de um jeito ou de outro, ainda mais porque é o tal garotinho que narra. Agora no filme, escrevam o que estou dizendo, tudo fica muito claro e óbvio. Com certeza vai ser lindo e fazer muita gente chorar, quem sabe até eu *já falei que estou na fase das lágrimas, né*, mas vai perder o encanto do desconhecido, sem sombra de dúvidas. Aliás, se a sinopse mal-feita que eu tiver lido fizer jus ao filme, então, sinto  muito, mas vou ao cinema sem expectativas. Apostas, apostas? Ok! Deixo por conta de vocês. Depois que eu assistir ao filme, volto para o arremate!

Bom, conforme eu for lendo os livros que tenho pra ler e quero ler durante meus 3 meses de férias acadêmicas *porque eu faço estágio e vou trabalhar todas as tardes, excuse me*, eu vou postando o que achei das leituras aqui. Durante esse período de recesso blogueiro me apaixonei por aqueles blogs que falam tanto de livros, uma paixão minha em comum com essas blogueiras-livreiras.! S2 Só pra constar, quero contar sobre x coisas que aconteceram ultimamente. Primeiro, meu presente de amigo secreto lá na empresa não foi o livro que eu tanto queria, mas também não ficou atrás. Ganhei os filmes O Amor não Tira Férias e Escrito nas Estrelas. Já falei dos dois por aqui, creio. Vou achar os posts e linká-los *neologismo, plx* aqui, ok. Ah! Não contei que consegui, finalmente, tirar minha carteira de habilitação. Já faz, tipo, uns 3 ou 4 meses, mas a novidade ainda vale, afinal, acho que não contei aqui, certo. Tinha mais alguma coisa, mas eu esqueci (malz). Se eu lembrar, da próxima vez conto. Ah, e até a segunda ordem, atendo pelo nome de cinderela, ok.


"jumarton got... Cinderela
é minha filha, você nasceu pra se lascar no começo da vida, mas depois vai casar com um homem rico e ficar chiquérrima. CHOQUE PERUA."

Achei adequado e muito digno. E eu nem gosto da Cinderela, né.
Gostou do teste e tem Twitter, faça aqui!

-kisskiss;*
03 dezembro, 2009 2 comentários

Vem pra jantar?!


Tudo é feito de fases nessa vida. Se um dia você está super-contente, no outro pode ser que o mau-humor tenha decidido te fazer uma visita. Achei interessante uma crônica curtinha que li na Gloss de setembro, intitulada "A prima Maldade" (leia a crônica no final deste post). Nela, a colunista Tatiane Bernardi fala da companhia agradável da maldade; de como, às vezes, assumindo sua presença, tornamo-nos mais honestos.


O engraçado mesmo é que sempre discuto sobre isso com um amigo e sempre acabamos a conversa com a mesma máxima: "A gente precisa voltar a ser malvado!". Mas, não entendam esse "ser malvado" como algo do tipo vou-atropelar-alguém-agora. Não! Isso diz respeito a se importar menos com as opiniões dos outros e não tentar ser o mais agradável possível. Aqui corresponde a não tentar ser o melhor amigo de todos, mas buscar ser honesto e, se preciso, desatento, descuidado... e grosso, vez ou outra.

Como eu disse no começo, a vida é feita de fases e, hoje, (in)felizmente, eu estou numa tão graciosa, que até quem me odeia tem gostado de mim. Isso é bom, até certo ponto. Mas, o ruim de ser bonzinho sempre é que você se torna vulnerável demais; e aí, qualquer coisinha passa a ter um efeito tremendo sobre você. Quer uma prova?!

Alguns dias atrás, estava eu vendo tv com meu irmão. Ele decide que vai assistir luta-livre e eu, insistindo que não queria dar ibope para uma sessão de violência gratuita, o convenci a tirar do canal. [Confessando: Aqui em casa, todo mundo adora filme de animação.] E daí, meu irmão coloca no DisneyChannel e eis que, à 1h da madrugada, está passando "A Família do Futuro" (Meet The Robinsons, 2007). Na verdade, quando ele colocou lá já estava quase no fim; tipassim, mais 20 minutos de duração. Como ele já tinha assistido, e eu sempre o encho de perguntas, ele me contou por alto do que se tratava o filme. Bem, bobinho. Mas, quando acabou, foi tão fofinho, que até deu vontade de chorar.

Sério! Não chorava tanto quanto nos últimos 3 meses, desde que tinha 10 anos de idade. Se esse tipo de fase for se repetir a cada década, até estou disposta a pagar esse preço de olhinhos marejados ao menor sinal de um suspiro. Mas, honestamente, não me reconheço. E é por isso que, passado o momento emocional, fico desejando que os saltos altíssimos da prima apareçam a minha frente pra eu poder dar umas voltas com ela de mãos-dadas, jogando beijos para o ar e soltando risadas sarcásticas, sem me importar com nada, a não ser comigo. Acreditem: eu já fui assim e como era bom.

A crônica pra ninguém ficar boiando - Vale a pena, sério! Ainda mais, porque eu tive o trabalhinho de transcrevê-la. ;]

GLOSSCOLUNA
A prima Maldade
por Tatiane Bernardi
Às vezes, minutos depois da chegada, ela desaparece com sua imensa mala vermelha cheia de apetrechos cortantes e pontudos. Tão grande, forte, bonita. Dá uma dor no peito aceitar o tchau, o carro já longe. Eu sei que ela volta, a Maldade não dura muito mas sempre volta. O problema é que dá a maior preguiça começar tudo de novo: as boas intenções, acordar cantando, sorrir que nem boba por aí. Como eu queria, alguns dias a mais, que ela ficasse . Essa prima que vem de longe só porque fico numa saudade infinita e imploro com minha melhor lábia.
Durante sua estadia, como nos divertimos! Mulher se dá bem demais com esse tipo de parente. E vai dizer que o mundo, com suas picuinhas, chatices e falsidades, não merece essa linda e imbatível parceria brilhando ao sol? É preciso sinceridade. Existe essa coisa incrível chamada nobreza de caráter e fofurinha de alma. A vontade de aceitar a vida, perdoar traições, ser amiga de todo mundo, alegrar pessoas. Gostar de gente. Pior: gostar das pessoas como elas são. Mas existe também a anti-heroína ultracharmosa e necessária que vai mentir um pouco só pra rir depois. Vai dar o troco com gosto. Vai fofocar até não suportar mais tanto veneno. É ou não é?
Prima querida, a vida é muito melhor (e mais digna) sem você. Mas quando você vem, junto chega essa sensação de ser inteira e honesta. De saber que tem hora de estender a mão mas tem também a de empurrar um pouco. Santo é tão improvável que vira santo, já parou pra pensar? A Bondade é essa loucura que me leva para longe. Depois, na chuva, no escuro, no frio, na lama, eu pequena, o mundo gigante e quase impossível. Eu olho para o chão e vejo seus saltos altíssimos e de bico fino. É ela que reaparece sarada e maquiada para me resgatar. Aí subo em suas costas e não tem para ninguém.


vide Revista Gloss, setembro/2009, nº 24.

-beijoeudissequevoltava;*
 
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