31 julho, 2010 7 comentários

Este Vagabundo é o seu fim



Eu sempre gostei de A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp), clássico animado da Disney. Coisinha mais linda, fofa, tipassim 'uón' aquele filme. Só que, né... fantasia total. O problema é que tem guria que até hoje acredita que pode e vai encontrar alguém a quem possa consertar: um Vagabundo que se apaixone por ela e que mude por ela.

Hello!

Estamos falando de realidade, girls. "Nobody changes", já dizia o bom e velho sábio House (hahaha). Se "ele é o tal vagabundo, sem coleira e sem patrão", não tente nada com ele. A não ser que esse tipo de vida lhe agrade (ou que você seja extremamente resolvida emolcionalmente, ou ainda que tenha algum tipo de prazer em ser pisada).

Tem garota que tem a síndrome de consertar caras. Elas acham que vão ser a solução para os pobres. Minha filha, acorda! Vagabundo que é vagabundo não muda. Aliás, ninguém muda (não se não quiser). Claro que há sempre o argumento de que os bonzinhos são sem sal, ou qualquer outro tempero (como se fosse de hoje usar analogia entre cozinha e relacionamento).

Mas, não é bem assim. Essa aí é uma idéia que permeia mais o imaginário masculino que, frágil, acha (olha o achismo) que as mulheres preferem esse ou aquele tipo. Nem sempre o cara-suja, a la Zé Mayer (eco!), faz sucesso. Até porque, se fosse assim, garotas como Mary Jane Watson nunca ficariam com um Peter Parker, ou Lana Lang, com um Clark Kent. E por aí vai (ok! super-heróis não são o melhor exemplo).

O que quero dizer é que nem sempre o custo-benefício de uma situação tão cheia de acasos e incertezas é tão interessante quanto o motivo do afeto pareça ser. E digo pareça, porque todo mundo já está cansado de saber que "quem vê cara, não vê coração". É claro que todo aquele ar de mistério e sedução que rola com um desses womanaizer's, que, geralmente, toda garota encontra alguma vez na vida, é muito instigante. Só que, na maioria das vezes, não vale a pena.

Só pra dar um up, fiquem com a trilha do Vagabundo da história da Disney (1ª versão, porque né... eu sou meio old mentchira!).


Ah, e tem essa versão em português europeu, que é divertida, também (e que deu título ao post).

-beijosvadios:*
26 julho, 2010 11 comentários

Jornalismo quase nada


Por que uso períodos curtos? Mania.
Vem do jornalismo e sua objetividade. Mas, principalmente, do rádio. Uma frase, um oração. Duas, no máximo.

Rápida. Direta. Clara.
Um resumo. Uma história.

Ninguém tem paciência com palavras demais. A compreensão acontece com idéias concisas. Ser breve é ser objetivo. Na ordenação dos pensamentos, claro. Afinal, aquela objetividade ideológica não existe. É somente uma tentativa. Falha, vale assinalar.

Resumindo, jornalismo é isso. Um resumo. Várias sentenças ligadas ou não por conectivos. "Haja capacidade de síntese"¹.

-beijosmanchetados;*

¹Comentário feito por um professor em uma prova de sociologia que fiz.
21 julho, 2010 9 comentários

Diálogos #5



- Não estou tentando afastá-la de mim. Não teria capacidade e nem vontade para isso.
- Suas reações são sempre tão melodramáticas que acabo me cansando.
- Você nem liga para minhas reações. É sempre indiferente. E eu a amo mesmo assim.
- Falar que me ama não muda nada. Não vou gostar mais ou menos de você, sabe disso.
- Sim, e como sei. Só que me machuca.
- Até as rosas têm espinhos. Você já deveria saber disso. E diferente do que você pensa, me importo, sim.
- É... Eu sei disso. Mas, seu jeito de se importar é diferente de todos os que já vi.

-beijosfictícios;*
16 julho, 2010 8 comentários

Achismo



- Acho que ele achou que eu estava achando que ele não achava nada, entendeu?
- Ah, claro.

Têm certas coisas que não dá pra aguentar.
E uma delas é o que eu intitulo aqui como achismo.

O achismo é, na minha concepção, a capacidade que o ser humano (pra não dizer: cerumano) tem de sempre implicar sua opinião pré-concebida sobre algo que não domina e/ou não tem conhecimento. Já o Dicionário inFormal traz a seguinte definição:

1. Achismo
Cultura do fazer comentários sem propriedade, sem conhecimento, deduzir pela experiência pessoal algo que não tem certeza.

Juntando tudo e mais um pouco, refere-se àquela pessoa que prefere imaginar e tirar suas próprias conclusões à respeito de situações e pessoas, com base em seus pensamentos, na maioria das vezes, fantasiosos.

Vira um tal de acho pra cá, acho pra lá.

Se um de nós gravasse uma conversa com uma pessoa adepta do achismo, na certa conseguiria depois, com muita calma, retirar várias e várias teses sobre tudo quanto é assunto que rolou durante o diálogo - inclusive, teses secundárias, e até terciárias, sobre as teses iniciais.

Achar é uma coisa complicada, já que, a priori, deveria aludir a uma busca. Partindo-se da premissa de que seus sinônimos são encontrar e descobrir e de que "quem procura, acha", então ninguém deveria perder seu tempo achando coisas que não estão lá para ser encontradas. Mas, a essência do achismo está, justamente, no fato de que a pessoa que acha, não está procurando por nada, mas só quer falar, falar e falar.

E aí que eu fico pensando o seguinte: se as pessoas perdessem menos tempo achando algo sem antes procurar saber do que se trata realmente, muitas incoveniências seriam evitadas. Mas, isso aí já é assunto pra outro post.

-beijosachados:*

p.s: Só a título de informação: eu que coloquei os chifres no pobre do cavalo. hahaha
11 julho, 2010 8 comentários

Wuthering Heights


Eu e minha mania de ler os livros e assistir suas adaptações para o cinema, né.

Bom, foi a vez de O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights). Não escondo de ninguém que esse foi, de longe, o livro mais estranho que já li. Mas, nem por isso deixei de apreciá-lo. A loucura é o fio-condutor da história (na minha humilde opinião), permeando cada linha, cada personagem, cada diálogo. Tudo é banhado numa espécie de rio de insanidade e super-dramatização.

Diferente do que muita gente fala, pra mim a história é sobre Heathcliff e não sobre o amor entre ele e Catherine (já que não sei ao certo se se pode chamar a relação entre os dois de amor). O personagem é um estranho cigano que foi encontrado ainda criança pelo Sr. Earnshaw em uma das viagens habituais do ricaço. Ele cresce na propriedade que dá nome ao livro, a Wuthering Heighs. Catherine é filha de Earnshaw e cria um laço muito profundo com Heathcliff. Não vou prolongar as descrições, porque senão perde a graça.

O caso é que eles são muito obcecados um pelo outro. E daí que surge a loucura de toda a história, já que o que deveria ser um casal, nunca chega a se transformar em um. Heathcliff é retratado o tempo todo como uma demônio em pele de homem, tamanha sua crueldade e frieza. E, de fato, ele é mau (muito mesmo). Suas atitudes não são nenhum pouco apreciáveis e ele, definitivamente, não é um herói. Sua obsessão por Catherine é doentia e a recíproca é também verdadeira.

Todos os personagens, na verdade, são loucos (até mesmo a Nelly, que é a mais sã dentre eles).

Em certo ponto da narrativa (literária e cinematográfica) passei a culpar o cenário: o próprio Morro dos Ventos Uivantes, acho, carrega um quê de insano em si. Com certeza, a paisagem contribui para tudo o que se passa.

E todos esses sentimentos, que ficam à mostra na obra de Emily Brontë, são repassados também na tela. A adaptação que assisti foi produzida em 1992, com Ralph Fiennes e Juliette Binoche, nos papéis principais .  A mais famosa é a primeira, de 1939, que ainda era em preto-e-branco (confesso que isso colaborou pra escolha de qual eu assistiria). Mas, também, a de 1992 é mais completa, contando a história também da 2ª geração do triângulo amoroso.

Algo que gostei bastante, foi o narrador, que só apareceu em momentos estratégicos durante o filme. Pelo que inferi, é a própria Emily Brontë

Quanto à história, no longa, a obsessão de ambos torna-se, em certo ponto, motivo de risada (pelo menos, pra mim). Já em outros momentos, o peito aperta e o ar chega a ficar pesado ao redor, tamanha tensão nas cenas e diálogos entre os personagens. A trilha sonora foi um dos pontos fortes. A música principal é, realmente, de tirar o fôlego e fiquei encantada com tamanha flexibilidade da canção (preste atenção na música de fundo do trailer: é ela!).

Indico ambos. Ao contrário do que possa parecer, a leitura não é difícil de ser levada, apesar da estranheza do estilo de Brontë. Já quanto ao filme, tive algumas restrições: achei longo demais. Mas, é o que se espera de adaptações (ou não).

O trailer:

beijosadaptados;*

p.s: Ah, e só a título de esclarecimento: Mr. Darcy (Pride&Prejudice) e Heathcliff não são, nem de longe, parecidos. Essa foi a comparação mais ABSURDA que eu já ouvi-li-vi. Mas, isso é assunto para um post inteiro (ha-ha)!
05 julho, 2010 5 comentários

Diálogos #4



- Em que você está pensando?
- Nada demais. Por que o interesse?
- Gostaria de invadir sua mente, saber tudo o que pensa sempre.
- Nas primeiras horas seria excitante. Nos primeiros dias, até empolgante. Mas, depois de 1 ou 2 semanas, você estaria gemendo para sair de lá.
- Talvez valesse a pena, querida. E então eu a conheceria por completo.
- Eu sou muito enfadonha, depois de algum tempo. Logo se cansaria, você sabe.
- Se a invadisse, talvez. Mas, e se você me ensinasse sobre você?
- Seria muito previsível e egocêntrico, acredito. Mas, e se eu ensinasse alguém a ensiná-lo sobre mim?
- Seria uma boa idéia se eu não soubesse quem seria a pessoa que você elegeria como meu instrutor.
- Seu ciúme é o que me cansa.
- Posso considerar isso como a primeira aula?

-beijosfictícios;*
 
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