13 março, 2011

Cartas #1















Darei início a uma nova sequência de posts aqui no Live. Tudo a seu tempo e conforme todas as cartas ficarem mais e mais velhas e esquecidas.

Como pontapé inicial, deixo esse poema que me foi apresentado por uma amiga há alguns anos. Este é um dos únicos poemas que gosto, realmente, e não poderia deixar de ser já que foi escrito pelo meu poeta preferido: Fernando Pessoa. Mas, cabe dizer, na pele de um dos heterónimos que criou ao longo dos anos. Passado o momento o-Live-também-é-cultura, com vocês:

Todas as cartas de amor são ridículas


Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente ridículas.)

[Fernando Pessoa - Poesias de Álvaro de Campos]

-beijoseselos;*

5 comentários:

Juliana Cruz disse...

Gostei do poema, menos da parte que ele falou:
"Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia"

Eu nunca escrevi carta de amor! Serve de horror? =D kk

Steh disse...

Ótima idéia! Este poema é lindíssimo, mesmo.

Évelin disse...

todas as cartas de amor são ridiculas, justamente por falarem de amor. Lembrou-me de teatro mágico. :)

~*Rebeca*~ disse...

O ridículo que só existe no amor é lindo.

Beijo bem grandão, Ju do meu coração.

Rebeca

-

Carlinha disse...

Oi júu,
O comentário está sendo feito hoje, mas eu já tinha lido desde o dia que vc postou viu?! a vida tá corrida pra caramba, então nem sempre tá dando tempo de comentar durante a semana, mas eu estou lendo viu... sempre que possível pelo menos! hauhauhauh
Gosto muito do Pessoa também, não é o preferido, mas gosto bastante. Ridículo seria não amar nê?!
Ah, o Live with Juliana sempre me trouxe cultura!! =D
beijoos

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