21 setembro, 2011

Jornalismo e feijão



Alguns dias atrás, catando feijão para minha mãe, cheguei à conclusão de que, bem, o processo de seleção dos fatos que se tornarão notícias é bem parecido com essa arte tão milenar da cozinha. Isto porque, ambos os processos baseiam-se na percepção do indivíduo que o executa.

Assim como as notícias, os feijões podem ser interpretados avaliados como bons ou não, em um processo totalmente arbitrário e subjetivo que depende, totalmente, do que o editor catador julga importante comível. O mais legal é que dá pra tirar a prova disso, já que se alguém decidir re-catar seu feijão, o indíviduo ou vai tirar mais alguns feijões ou acrescentar outros que você reprovou. Sem contar ainda que existem vários tipos de feijão, assim como de notícias. E, se misturássemos tudo, enquanto um poderia separar os vários grãos, além de selecionar os bons, o outro talvez se importasse, somente, em tirar os podres (ou deixá-los. quem disse que faz mal?). Assim é com as notícias, uns preferem separadas em editorias, outros as digerem em conjunto, como nas saladas da TV ou nas paneladas da web. No fim, cada um gosta de um jeito: com caldo, despedaçado, seco, até queimado; e tudo é definido por isso: gosto. Gatekeeper¹, tudo sempre se resume a ele.

Minhas metáforas jornalísticas merecem artigos, vai dizer.

-beijosconceituados;*

¹ Foi desenvolvida por David Manning White, da década de 1950, que chegou à conclusão de que o editor representa um funil que seleciona as notícias, decidindo arbitrariamente o que é ou não publicado.

2 comentários:

Lorena Dana disse...

Eu vi uma cena bem legal, parecida com o que aconteceu com você, no final do filme Eles Não Usam Black Tie. =***

Alexandre Cavarzan disse...

Gostei demais da comparação, querida Jú. Aproveito para agradecer os comentários no Beco das Palavras. Saudades!!!

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