20 julho, 2011

Alice, Alice e Alice



Com a nova modinha de Alice no País da Maravilhas que anda rolando na web, com direito a nova adaptação para o cinema e tudo o mais, eu não poderia ficar de fora.

Afinal, era um dos livros que sempre quis ler e, bem, que eu deveria ler, pois um ano encostado na prateleira é dose até para mim, vamos combinar. Minha vontade de ler começou quando assisti, pela primeira vez, a classiquinha animação em 2D da Disney (Alice in Wonderland, 1951). Claro que já faz séculos sem fim e, bom, saber que toda aquela história tão incrivelmente fantástica havia saído da cabeça de uma pessoa só me fez querer ler muito mais.

Os anos passaram (muitos, por sinal), e ganhei uma edição de bolso da Zahar, capa dura e tudo o mais, não tão glamourosa quanto aquela versão estendida com comentários do próprio Carrol, mas uma gracinha. E, com aquela correria louca de TCC, coisa e tal, que foi o ano de 2010, não tive tempo para leitura nenhuma (pelo menos, não para as agradáveis). Li todo o livro com tamanha facilidade e encantamento que até fiquei me perguntando o porquê de ter deixado todo o baralho de copas e as peças vermelhas e brancas do xadrez esperando tanto tempo por mim na estante. Uma delícia de narrativa, devo dizer. Com passagens tão encantadoras que, para o leitor apaixonado por literatura fantástica, o livro torna-se um prato cheio e variado.

O que mais me impressionou é que, de fato, o clima de sonho que permeia toda a animação de 1951 está lá. E este ambiente fica ainda mais nítido quando, de uma hora para outra, todo o cenário muda. Assim mesmo: ponto, próximo cenário. Calma! Mesmo que pareça um pouco estranho, as mudanças constantes e aleatórias não causam confusão ou geram estranhamento. Talvez porque a ideia central do livro seja essa: tudo não passa de um sonho. Questionamento que perdura pelas duas aventuras de Alice: no País das Maravilhas e Através do Espelho. Não é um livro que eu acredite que lerei apenas uma vez. Já sinto necessidade de voltar e, não raro, enquanto o lia, reli vários trechos da obra. Mas, também é aquele livro que penso: "puxa, quero ler isso para os meus filhos um dia".

Tim Burton e sua versão macabrinha


Acabei assistindo ao filme do Tim Burton (Alice in Wonderland, 2010) antes de ler o original, coisa que evitei desde o princípio, mas com a curiosidade ínfima ao meu ser, acabou acontecendo. Não me arrependi e, acredito que teria a mesma opinião sobre o filme, mesmo que a leitura o tivesse precedido. Sem me delongar demais, digo que gostei. Achei incrivelmente mágico o mundinho criado pelo nosso diretor bizarrinho preferido. E, claro, as interpretações dos nossos atores bizarrinhos preferidos também não ficaram atrás. Macacos velhos de Tim Burton, Jhonny Depp e Helena Bonham Carter fizeram o que sabem fazer melhor: trazer a loucura à tona. E, pra minha supresa, a florfinha (mistura de flor e fofinha) Anne Hathaway mostrou que sabe fazer as vezes da neurose, também.

Como filme original, a produção ficou ótima. Como adaptação, uma bagunça daquelas.

Explico:

Eu entendi que o Burton quis dar a visão dele de Alice (não é a toa que ficou conhecido como Tim Burton's Alice in Wonderland), uma mocinha mais velha, que passa por um conflito e volta a um velho sonho que tivera quando criança. Tudo muito cheio de conceitos de psicanálise, etc e tal. Bom, até aí tudo bem. Mas, daí a misturar as duas histórias... Só se a mocinha Alice tivesse sério problemas psicológicos (o que eu não descarto), mesmo, ou não fosse a mesma das histórias escritas pelo Carrol. Isto porque, o que mais gostei nos livros é que, apesar de ser a mesma Alice, as duas histórias são completamente diferentes e independentes umas das outras, coisa-tal que não ocorre da mesma forma no novo filme. Além do mais, mesmo que não seja um filmão e que eu até tenha gostado bastante, o longa de 2010 não tem toda aquela aura de sonho, como o seu irmãozinho mais velho, rodado em 2D há 60 anos.

Minha opinião geral:
Se você é daqueles fãs alucinados pela obra original, não vá assistir o filme esperando grande coisa. É melhor ficar no desenho básico produzido pela Disney que conta só a historinha do primeiro livrinho e, na minha ómild opinião, faz o serviço direitinho. Agora, se você é louco com Tim Burton & Cia... bom, creio que já deva ter ido assistir, então.

-beijosdadinah;* 

p.s: Ah, e aquela coisa toda que rola com o vestidinho azul e tudo o mais, não passa de um jeito Disney de ser. Fica dica essas mulherada que faz alocka da Alice-feelings por aí, viu.
p.s2: Aquela menina que fez a Alice do Tim Burton não convence, nem de longe. Se não fosse pelos outros, ela estragaria o filme em dois minutos com aquela cara de doente.

3 comentários:

Évelin disse...

Muito boa a análise 3 em 1. Como sempre arrasou.
Ganhei uma versão poket do alice no país dos espelhos no meu aniversário, mas até hoje começo e paro, começo e paro. Portanto, nao tenho base sólida acerca da história original. E como sou fã do trio burton-mrs.burton-deep, tenho as melhores impressões possíveis do filme e do vestido azul.

PS: sorri muito do "cara de doente".

Carlinha disse...

uahauhauhaujiaauhuah, tá essa risada é devido ao p.s 2.
eu ainda não li o livro e não tinha tido a vontade até agora de ver o filme, mas acho que fui convencida e assim que possível verei, por que lê-lo está quase impossível ultimamente!!
aaah é bom tê-la de volta =) e feliz dia do amigo!
beijos

Maíra disse...

Ah, eu acabei fazendo "escondido" eu sempre comentei que queria, mas eles nunca falaram nada, só não gostavam, mas eu já tenho 20 anos e foi meio que assim, muito rápido, eu tive que deicidi em dois minutos, não podia ligar pros meus pais, então eu fiz, e eles gostaram ;x ahuahua

Ai fico feliz que tenha gostado do meu blog, eu adorei o seu e pode ter certeza que visitarei muitas vezes! *--*

nossa, a onde de Alice ;D ahuahuaha eu assisti o filme e achei o máximo, adoro todos os filmes que o Jonny Deep faz, eu nao lembrava muito da história do primeiro filme da Disney, mas creio que mudou muita coisa em relação ao filme de 2010. Eu adorei a sua análise, você escreveu de um jeito bem seu e que é verdade mesmo. Ele mudou o que era antes, como eu não sou super fã de Alice, eu adorei o filme, achei os efeitos e tudo um máximo, mas concordo que o produzido há 60 anos é melhor e com mais sonho do que esse atual ;D
a versão de bolso deve ser uma graça *--*

se cuida, bom final de semana!
beijinhos :*

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