11 julho, 2010

Wuthering Heights


Eu e minha mania de ler os livros e assistir suas adaptações para o cinema, né.

Bom, foi a vez de O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights). Não escondo de ninguém que esse foi, de longe, o livro mais estranho que já li. Mas, nem por isso deixei de apreciá-lo. A loucura é o fio-condutor da história (na minha humilde opinião), permeando cada linha, cada personagem, cada diálogo. Tudo é banhado numa espécie de rio de insanidade e super-dramatização.

Diferente do que muita gente fala, pra mim a história é sobre Heathcliff e não sobre o amor entre ele e Catherine (já que não sei ao certo se se pode chamar a relação entre os dois de amor). O personagem é um estranho cigano que foi encontrado ainda criança pelo Sr. Earnshaw em uma das viagens habituais do ricaço. Ele cresce na propriedade que dá nome ao livro, a Wuthering Heighs. Catherine é filha de Earnshaw e cria um laço muito profundo com Heathcliff. Não vou prolongar as descrições, porque senão perde a graça.

O caso é que eles são muito obcecados um pelo outro. E daí que surge a loucura de toda a história, já que o que deveria ser um casal, nunca chega a se transformar em um. Heathcliff é retratado o tempo todo como uma demônio em pele de homem, tamanha sua crueldade e frieza. E, de fato, ele é mau (muito mesmo). Suas atitudes não são nenhum pouco apreciáveis e ele, definitivamente, não é um herói. Sua obsessão por Catherine é doentia e a recíproca é também verdadeira.

Todos os personagens, na verdade, são loucos (até mesmo a Nelly, que é a mais sã dentre eles).

Em certo ponto da narrativa (literária e cinematográfica) passei a culpar o cenário: o próprio Morro dos Ventos Uivantes, acho, carrega um quê de insano em si. Com certeza, a paisagem contribui para tudo o que se passa.

E todos esses sentimentos, que ficam à mostra na obra de Emily Brontë, são repassados também na tela. A adaptação que assisti foi produzida em 1992, com Ralph Fiennes e Juliette Binoche, nos papéis principais .  A mais famosa é a primeira, de 1939, que ainda era em preto-e-branco (confesso que isso colaborou pra escolha de qual eu assistiria). Mas, também, a de 1992 é mais completa, contando a história também da 2ª geração do triângulo amoroso.

Algo que gostei bastante, foi o narrador, que só apareceu em momentos estratégicos durante o filme. Pelo que inferi, é a própria Emily Brontë

Quanto à história, no longa, a obsessão de ambos torna-se, em certo ponto, motivo de risada (pelo menos, pra mim). Já em outros momentos, o peito aperta e o ar chega a ficar pesado ao redor, tamanha tensão nas cenas e diálogos entre os personagens. A trilha sonora foi um dos pontos fortes. A música principal é, realmente, de tirar o fôlego e fiquei encantada com tamanha flexibilidade da canção (preste atenção na música de fundo do trailer: é ela!).

Indico ambos. Ao contrário do que possa parecer, a leitura não é difícil de ser levada, apesar da estranheza do estilo de Brontë. Já quanto ao filme, tive algumas restrições: achei longo demais. Mas, é o que se espera de adaptações (ou não).

O trailer:

beijosadaptados;*

p.s: Ah, e só a título de esclarecimento: Mr. Darcy (Pride&Prejudice) e Heathcliff não são, nem de longe, parecidos. Essa foi a comparação mais ABSURDA que eu já ouvi-li-vi. Mas, isso é assunto para um post inteiro (ha-ha)!

8 comentários:

teddy disse...

Ahn, juliana sabe que eu estava lendo no colherada cultural que as vendas desse livro, aumentaram por ser citado em crepúsculo! ahahaha. Mas vc descrevendo, deu até vontade de ler. beeijo

João disse...

Nunca vi nenhuma das adaptações (na verdade eu acho que vi uma adaptação com adolescentes feita pela MTV americana, mas prefiro fingir que isso não aconteceu), mas o livro é realmente muito bom (ainda que sim, seja muito esquisito).

Carlinha disse...

É jú, como já tinha conversado com vc, estou querendo ler o livro, mas não estou muito certa ainda, por que tem tantos livros na minha lista pra comprar, que estou apreensiva de comprá-lo e me arrepender!
* Só para que fique claro, não quero lê-lo por que ele é citado em crepúsculo e sim, por que em "eu sou o mensageiro"(um dos meus livros preferidos) fala sobre esse livro!! =D

tony disse...

criou mais duas queredeiras nas respectivas listas de livros e filmes, gigantescas. E só pelo que voce descreve em um parágrafo, dá pra deixar clara a diferença entre Darcy e Heathcliff [aliás, não sei porque a "mania" de comaparações entre livros...].

Dos anteriores:
# devolvo o "uau!", heheh... [ouvi uma dessas mes passado: "aah voce sabe até como penso, poxa! sou previsivel pra ti neam..."]

# voce canta, uuuia :))... a nostalgia bateu, mas não tão forte porque eu ainda amo assistir desenhos animados o/ [2 do tarzan, original, também são fantasticas!]


obrigado pelo elogio, e ótimos dias pra ti!

Larissa disse...

Fiquei com mais vontade de assistir/ler. Deveria passado aí pra pegar o livro, né? Mais motivação agora.
(L)

amanda disse...

Ótima dica, vou ler o livro, prefiro sempre ler a assistir ao filme... beijocas!

Say disse...

Já me indicaram leitura desse livro, mas depois de tanto tempo findei esquecendo, lembrando novamente aqui com o post /o/

Ué, não deu certo? O que aconteceu? Vc tirou o soro do creme de leite?

Victor Cruzeiro disse...

Gostei muito do jeito que você falou do livro e dos filmes. Sabe. Se você achou insanidade no livro, veja a música (e principalmente o clipe) da britânica Kate Bush de mesmo nome do livro. A influência, no ponto que você frisou, é bem presente.

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