Como prometido, falarei sobre a mudança ortográfica na língua portuguesa. Já vou avisar que o post de hoje está enorme. Então tenha fé e prossiga até o final. Here we are...
Há exatamente uma semana eu estava há mais de 700 km daqui, mas isso não me impediu de ler a matéria que ocupou cerca de três páginas da Folha (
leia mais sobre) sobre a mudança ortográfica que entrava em vigor naquele dia. A minha experiência de leitura foi um pouco trágica, já que logo que cheguei à cozinha, onde meus tios e pais tomavam o café-da-manhã, o jornal foi-me impelido em meio a risadas e piadas acerca do assunto. É claro, todos estavam na expectativa do que a senhora-português diria.
Mal tive tempo para ler duas linhas da matéria, e eles já apontavam as minhas novas gafes com a língua. Dizendo que isto ou aquilo já não era permitido segundo a nova lei. Eu, é claro, fiquei embasbacada com tudo aquilo. Como assim mudarem de uma vez tudo o que eu levei mais de 10 anos em escolas para aprender? Ok, ok. Não dei muita atenção a isso quando as discussões se intensificaram no ano passado - ainda me é estranho referir-me a 2008 como ano passado, parece tão distante, anyway... -, e por isso, ver aquele texto sobre a vigência da mudança publicado num dos jornais de maior circulação em todo o território nacional foi um choque pra mim.
Após cessarem as brincadeiras sobre como eu falava e como eu deveria passar a falar/escrever e até pensar (claro, isso vai bem além da escrita), eu pude ler a matéria com mais calma. Meus olhos treinados logo já apontaram dezenas de 'erros' no corpo da reportagem. Até que, chegando ao fim do texto, deparei-me com a última frase que explicava tudo: "A Folha passa a utilizar a nova grafia a partir desta edição" (mais ou menos isso, não tenho o exemplar em mãos agora).
Passado o susto comecei a refletir sobre a mudança.
O Acordo foi firmado pelos países das ditas línguas lusas em 1990, e desde então a sua aprovação e conseqüente implantação vinham sendo discutidas. O Brasil é o primeiro país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP - Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste) a adotar oficialmente a nova grafia. De acordo com a ABL (Academia Brasileira de Letras) no Brasil a mudança vai ser a menor, comparada aos outros países. Cerca de 0,5% do vocabulário sofrerá alteração, enquanto em Portugal o percentual aumenta para 1,6%.
Mas não é disso que estamos falando. Essa mudança, por menor que seja, mudará muitas coisas. E os quase, senão totalmente, 20 anos que passamos entre escola e universidade aprendendo a escrever de determinada maneira? A desculpa é que a mudança será gradual, ou seja, até 2012 ainda será aceita a grafia antiga, como a que adoto ainda hoje.
O que me gerou maior indignação quanto ao assunto, foi que o Governo sequer perguntou à população se aceitava ou não a alteração. No caso do plebiscito das armas em 2005 a população teve que ir às urnas para votar se era ou não a favor da proibição do comércio de armas de fogo no país. Já nesse caso, que claramente tem maior importância, já que se deve a alteração de uma língua e que afeta todas as pessoas falantes dela sem distinção, não houve a preocupação de perguntar se os usuários do idioma eram de acordo ou não.
A língua é um dos maiores referenciais de um povo, e alterá-la sem a aprovação do mesmo, é sem dúvida um erro. Honestamente, eu com certeza serei uma das teimosas que insistirão na grafia antiga. Afinal, mesmo que facilite muito, ainda é ilógico para mim. Pode ser que daqui a três anos, o tempo de adequação ao (
novo)idioma, eu esteja escrevendo da maneira agora correta. Mas será um grande passo. Para mim, em direção ao abismo, definitivamente. As palavras não fazem mais o mesmo sentido. Eu sei, eu sei: trágica.
Contudo, pense comigo, segundo a nova ortografia:
HERÓI com acento e
HEROICO sem acento, sendo que antes eram regidos pela mesma regra. Ok, já podem começar a ficar assustados, se vocês tiverem alguma
IDEIA (isso mesmo,
idéia não tem acento mais) de onde tudo isso vai parar. Enjoy the new language.
:*
Marley & Me (Trailer)
A
Dana já postou sobre isso no blog dela, mas eu tinha que falar a respeito, né.
Bom, primeiro: um dos melhores filmes que eu já assisti. Entrará para a minha lista de recomendações definitivamente.
Segundo: o
filme - que nós assistimos na segunda-feira após uma pseudo-fuga da Rádio Universitária - conta a história de um casal que, para treinar a maternidade, adota um lindo cãozinho. Marley é realmente uma gracinha, até que ele começa a causar enormes confusões e tornar a vida do casal, interpretado por nada mais do que Owen Wilson e Jennifer Aniston, impossível.
A história é cativante do início a fim. Devo dizer que é também muito, MUITO emocionante.
Ok, hora da confissão...
A maior parte das pessoas que convivem comigo sabem que eu definitivamente não choro em filmes, e como já falei isso. Mas, por incrível que pareça, e pra mim inclusive, esse filme soube ser emocionante ao ponto de arrancar muitas lágrimas dos meus olhos.
Ok, chega de confissões por hoje.
Vale a pena assistir, sério. Pra quem gosta de cães - não daqueles filmes bobos de cãezinhos que salvam garotinhas, ou que jogam basquete - é uma ótima escolha.
O filme é com certeza ótimo, e agora eu terei que ler o livro, obviamente.
O best-seller foi escrito pelo jornalista John Grogan, e narra 13 anos de sua experiência de vida ao lado de Marley, um labrador. O livro figurou nas listas dos mais vendidos em 2007 e 2008. E agora chega às telonas com o que foi chamado de uma bela adaptação. Não duvido, o filme é realmente bem-feito, diferentemente de Crepúsculo pra mim (sorry, não consigo fugir às comparações).
Prometo que quando ler o livro comento aqui, mesmo que seja um simples 'p.s' (que no meu caso, não é tão simples assim)
:D
No mais, mais um dia adorável com uma ótima companhia, sem dúvidas.
p.s: Ah, mais um coisinha que lembrei. Li uma crítica no blog de cinema do Correio Brasiliense sobre o filme. O jornalista falou que "Não são poucas as situações que poderiam ter sido abreviadas para enxugar as excessivas 1h50 de duração". Mas, honestamente, o filme não parece durar tanto. Para mim, ele ficou perfeito. (excessivas... oras)